terça-feira, 13 de abril de 2010

perfeito

Era dia 7 de outubro, Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola. Quando a garota chegou em casa, abriu seu MSN. Um convite novo. ‘Aceite’, pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto, chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo.
Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra.
Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho.
Era também o caso de Bruno. O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Messenger aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos.
Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada pras amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer): Bruno a pediu em namoro.
E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor.
Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.
Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.
- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.
Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza que ela era o amor da vida dele. Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.
O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir.
O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado.
- Any, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? – A garota dizia, sempre culpando Ana.
Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam.
Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada.
Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria o tanto que o garoto iria sacrificar por ele. Mas ela não era a maior fã de pensamento. Isso a fez mal.
- Any, deixa de ser besta. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.
- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.
- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu. Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, que nossa senhora! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Any, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.
- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.
Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra?
Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro por messenger, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar.
A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração.
Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.
Chegou o dia; Ana esperou o seu futuro-ex-namorado onde se encontraram meses atrás.
Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.
- Olha, eu tenho que conversar com você.
- Diga. – Bruno sorriu.
- Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.
- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra.
- Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas. Foi andando para a sua casa. E ao contrario de momentos tristes clichês (n/a: eu odeio clichês), não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.
Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de um sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela bateu a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto.
Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes – ‘Malditas escadas enormes’, pensava – mas chegou ao quarto em segurança (lê-se sem sangue escorrendo pela cara).
- Any! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama.
- O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana.
A garota aprendeu a viver com a dor. Passaram-se 5 anos, Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com todas e cada fibra de seu ser.
Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, que ele amava excepcionalmente. Nunca iria mudar.
Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.
Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno.
Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele.
Como estaria Ana? A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele.
Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes. Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. ‘Frase clichê’, pensou, ‘mas porque não eu?’. As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer.
Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.
- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.
- Que foi, Any? – Bruno sorriu.
- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!
- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos.
- Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.
Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.
- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.
- Desculpe. Você é Bruno, certo?
- Certo.
- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo.
A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.
Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.
- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.
Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha.Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele: "Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras. Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."
Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então. "Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei essa carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava próximo. (...)
Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesava demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver em um mundo que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, esse coração que bate no teu peito. É o mesmo coração que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo. Eu te amo! PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"
Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.
Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor e que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima se escorrer sempre que pensava nisso.
Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal, o coração do homem de sua vida batia dentro dela.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

para que serve um minuto?


Um minuto serve para você sorrir. Sorrir para o outro, para si ou para a vida.

Um minuto serve para você ver o caminho, olhar a flor, sentir o cheiro da grama molhada, notar a transparência da água.

Num minuto, você pode olhar para cima e perceber milhares de estrelas, mesmo sem poder contá-las.

Em um minuto, você avalia a imensidão do infinito, mesmo sem poder entendê-lo.

Basta um minuto para você sentir a força do vento ou sentir a suavidade da brisa.

Em um minuto apenas, você ouve os sons dos passos que chegam ou dos passos que não voltam mais.

E num minuto, você conta as incansáveis ondas que debatem nos rochedos e continuam.

Um minuto serve para você ouvir o silêncio ... Ou começar uma canção ...

É num minuto que você dará o sim que mudará sua toda sua vida.

E, basta um minuto para você evocar uma lembrança ou reviver uma saudade...

Em apenas um minuto, você pode abrir uma janela e sentir a sua mão molhada de chuva ou quente de sol.

Em um minuto você sente as lágrimas lhe subindo os olhos...

Num minuto você pode sentir o peso da responsabilidade, a tristeza da derrota, a amargura da incerteza, o gelo da solidão, a ansiedade da espera, a marca da decepção.

Mas basta um minuto para você ver que a eternidade é feita de minutos.

120...150...200 km por hora


As coisas estão passando mais depressa
O ponteiro marca 120
O tempo diminui
As árvores passam como vultos
A vida passa, o tempo passa
Estou a 130
As imagens se confundem
Estou fugindo de mim mesmo
Fugindo do passado, do meu mundo assombrado
De tristeza, de incerteza
Estou a 140
Fugindo de você

Eu vou voando pela vida sem querer chegar
Nada vai mudar meu rumo nem me fazer voltar
Vivo, fugindo, sem destino algum
Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum

O ponteiro marca 150
Tudo passa ainda mais depressa
O amor, a felicidade
O vento afasta uma lágrima
Que começa a rolar no meu rosto
Estou a 160
Vou acender os faróis, já é noite
Agora são as luzes que passam por mim
Sinto um vazio imenso
Estou só na escuridão
A 180
Estou fugindo de você

Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar
Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar
Às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim
Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim

O ponteiro agora marca 190
Por um momento tive a sensação
De ver você a meu lado
O banco está vazio
Estou só a 200 por hora
Vou parar de pensar em você
Pra prestar atenção na estrada

Vou sem saber pra onde nem quando vou parar
Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar
Às vezes, às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim
Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim

Eu vou, vou voando pela vida
Sem querer chegar


Roberto Carlos e Erasmo Carlos

segunda-feira, 5 de abril de 2010

i can give up everything for us, now

Pela milionésima vez, estou aqui chorando em frente ao computador... E adivinhem por quê? Ou melhor, por quem...? É, isso mesmo, por ele. De novo, de novo e de novo. Já perdi as contas de quantas vezes passei por isso.
Achei que dessa vez ia dar certo, achei que nós iríamos ser felizes, alguma vez.
Mas não, descobri a pouco tempo, dele mesmo, que amanhã, bem amanhã, ele vai ficar com outra menina. E o melhor, ELE ME CONVIDOU PRA IR LÁ, vocês acreditam? Meu Deus do céu, ainda no começo, antes de ele me falar que talvez vá ficar com ela, eu aceitei, mas depois... Bem... Depois vi o que tinha por trás disso e desisti, falei que era melhor eu não ir, que a minha mãe não iria deixar.
Estou sofrendo, eu não gosto dele, eu amo ele, eu juro. Mas não dá certo, não dá e não adianta, falem o que quiser, façam o que quiser, vou desistir dele... De novo. Prometi a pouco tempo, à um amigo meu, que iria tentar ficar com outro menino para ver se dá certo, tentar esquecer o... E tentar um outro relacionamento.
Juro que fiz de tudo para o conquistar, para impressioná-lo, mas não queria ser assim, tentar ser assim, só por msn. Na escola não temos como conversar muito, sento um pouco longe dele e também não podemos combinar nada durante a semana, já que estamos em época de provas.
Nos finais de semana, ou ele sai com os amiguinhos dele ou eu vou para a praia, merda. Vou lutar por ele mais uma semana, depois... Só Deus dirá.
Ah, e essa música que coloquei no post anterior, eu amei, me identifiquei bastante com ela, e também foi com essa música que comecei a chorar após cair a ficha da notícia e também ao ver o lindo comentário da minha amiga no post ''ai... que saco''. Espero que vocês também gostem dela, e obrigada por quem sempre está aqui, não comentando, mas fazendo parte da minha vida.

where are you now?


Where are you now? - Justin Bieber

Where are you now
When I need you the most
Why don't you take my hand
I want to be close

Take my hand and walk with me, yeah
Where are you now
When nothing is going right
Where are you now
I can't see the light

So take my hand and walk with me
show me what to, be yeah
I need you to set me free, yeah yeah

Where are you now
Now that I'm half grown
Why are we far apart
I feel all alone

Where are you now
When nothing is going right
Where are you now
I can't see the light

Tradução:

[Onde está você agora?]
Onde você está agora?
Quando eu mais preciso de você
Por que você não pega minha mão
Eu quero estar perto

Pegue a minha mão e ande comigo, yeah
Onde está você agora?
Quando nada está indo bem
Onde está você agora?
Eu não consigo ver a luz

Então pegue a minha mão e caminhe comigo
Me mostre o que é, yeah
Eu preciso de você para me libertar

Onde está você agora?
Agora que sou meio crescido
Porque estamos separados?
Eu me sinto sozinho

Onde está você agora?
Quando nada esta indo bem
Onde está você agora?
Eu não consigo ver a luz

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ai... que saco


''Hoje, aqui mesmo sem palavras, mas com muito sentimento no coração, descobri a cada instante o que realmente eu sinto. O vento que toca meu rosto, lembranças que me fazem recordar coisas que você um dia disse pra mim, mas isso não bastará para matar minha saudade. Às vezes corro contra o tempo, queria voltar a cada instante que você me olhava e me dizia tudo que eu precisava ouvir. Quando olho pro céu a noite penso em gritar seu nome, mais isso será em vão, pois não chegará em seus ouvidos, o meu grito de socorro. Quantas noites pedi pra uma estrela brilhar como o seu olhar, mais naquele momento você não contemplava a mesma estrela. Mesmo sem saber o que dizem, estou aqui querendo que você escute meu coração que pede sem mesmo saber o que quer. Venha, vamos viver juntos tudo aquilo que está guardado pra nós.''

Gente, esse texto é de uma comunidade, só dei umas arrumadinhas para ficar parecido com o que eu sinto.
Sei que não ando postando muito no blog, ás vezes até tenho algumas coisas pra escrever, mas é que não tenho muito tempo ou não quero que os meus amigos o vejam. Bem, preciso mesmo desabafar... Então vou escrever aqui tudo o que eu penso e sinto, pois não sei fazer isso com alguém.
Realmente estou apaixonada, de novo. E pior, pelo mesmo garoto que voltei três vezes. Não dá, não consigo me enganar, sei que sempre o amei e nunca vou esquece-lo. Ele tem um jeitinho fofo e envergonhado, diferente e engraçado. Já fiz alguns textos sobre ele, não sei se vocês lembram. E sabe quando falam que o amor é cego? Que a aparência não importa? Então... Eu concordo, ele não é lindo e nem gostoso, ele é fofo e perfeito, isso sim. Consegue conquistar como ninguém, com apenas um dia de conversa.
Mas há um grande problema, eu melhor amigo que inclusive é um dos melhores amigos dele, acha que ele não volta comigo, porque não dá certo nós dois. Já tentamos três vezes, duas deram errado por minha causa e uma por causa dele. Agora não sei o que faço, se corro atrás ou desisto; se tento conquistá-lo ou se é perda de tempo. Algumas vezes acho que ele ainda sente algo por mim, porque ele sabe que eu gosto dele, mas de qualquer modo é sempre ele que vem falar comigo pelo msn e que sempre puxa assunto. Mas sei lá, depois vejo isso, agora vou pensar se devo falar com ele ou não segunda-feira, e o quê falar.
Tá, só falei dele até agora, então vamos continuar com a minha família... Ando brigando muuuito com a minha mãe, ás vezes a faço chorar, não com essa intenção é claro, mas sei que a magoo profundamente. Meus problemas pessoais andam me atrapalhando muito em casa e na escola. Fico viajando, pensando em músicas, textos e principalmente em desistir. Desistir de tudo, da escola, da minha família, dos meus amigos e do amor.
Pode ser que tudo isso aconteça, não porque os outros sejam o problema; eu posso ser o problema, eu me ferro sozinha sempre. Não me entendo, não entendo o que eu sinto, eu só quero... Sei lá... Desaparecer por alguns dias...


Ps.: Gente, sei que o texto ficou horrível, mas estou na praia, com o maior tédio e fiz isso tudo agora. Ah, e também porque já não postava a muito tempo aqui, me desculpem mesmo, ok? Beijão, obrigada por quem acompanha.